"O papel das instituições de ensino superior - formação de profissionais socialmente responsáveis" por Professora Doutora Liliana Pereira
Artigo de Opinião publicado no semanário Vida Económica
Todos lamentamos com regular frequência o pequeno número de cidadãos envolvidos nos movimentos cívico, associativo e até político.
Qual a razão para este alheamento? Que espaço ocupa o altruísmo na sociedade atual?
Cada vez mais as empresas dedicam maior importância à responsabilidade social, contribuindo assim, para uma sociedade com maior justiça social e mais amiga do ambiente.
A responsabilidade social começa nas escolas, em particular, nas instituições de ensino superior, onde os jovens contactam com o mercado de trabalho e olham a sociedade de forma mais madura. Educar para a responsabilidade social é um processo de partilha de competências para que cada um se torne cidadão ativo, informado e responsável.
Este tipo de educação menos formal tem grande histórico no ensino superior em alguns países europeus e americanos e dá agora os primeiros passos a nível nacional. As instituições que dedicam parte do seu projeto educativo à responsabilidade social, desenvolvem nos jovens o conhecimento, a compreensão, as capacidades, as atitudes e os valores que lhes permitem desempenhar um papel ativo na comunidade onde se inserem, com consciência dos seus direitos, responsabilidades e deveres, que lhes permitam compreender que podem influenciar e marcar a diferença no seu núcleo pessoal e profissional.
Esta preocupação em incutir nos jovens e futuros profissionais valores como bem-comum, solidariedade e responsabilidade resulta em cidadãos mais conscientes que trarão um valor acrescentado não só às empresas onde exercem funções bem como a todas aquelas com quem estabelecem relações institucionais.
Incentivar a cidadania é um dever de todos, mas acima de tudo, é um dever de instituições de ensino responsáveis que olham a Educação como um pilar essencial no desenvolvimento futuro de um país forte, competitivo e moderno. Urge educar e incentivar a aproximação ao sistema de decisões públicas, promover debates e ações de esclarecimento, exposições e até mesmo concursos de ideias. Mas passa fundamentalmente por trabalhar e incutir estes ideais e valores, que são tão nobres quanto fundamentais, nas nossas universidades e politécnicos.