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"A Gestão de Recursos Humanos na senda da Responsabilidade Social nas Organizações" por Mestre Protásio Leão

Artigo de Opinião publicado no semanário Vida Económica

Proponho uma reflexão, na forma como as empresas devem integrar as políticas de responsabilidade social, nas políticas e processos de gestão de recursos humanos.
Responsabilidade social suporta a decisão das empresas, voluntariamente, contribuírem para uma sociedade mais justa e para um ambiente sustentável.
O conceito de responsabilidade social pode ser compreendido ao nível interno, como as relações com os trabalhadores, e com todas as partes que podem influenciar no atingimento dos resultados organizacionais. Prende-se essencialmente com a própria empresa, com os seus colaboradores, onde as práticas socialmente responsáveis pressupõem o investimento nos recursos humanos, na saúde, na segurança e na gestão da mudança. Ao nível externo temos as ações de uma organização sobre o meio ambiente, com os seus parceiros e o meio envolvente.
Assim, na Gestão dos recursos humanos, as ações de promoção de práticas de responsabilidade social são focadas nas pessoas, com o objetivo de satisfazê-las e reter os principais talentos, assim como aumentar a produtividade das organizações numa lógica de partilha, empresa que ganha o colaborador ganha também.
Podemos ainda enumerar algumas das formas de responsabilidade social das empresas, que passam por proporcionar e incentivar a aprendizagem ao longo da vida, através de ações de formação adequadas às competências exigidas para o posto de trabalho, mas também para o desenvolvimento de competências transversais, suportando o desenvolvimento pessoal. Dinamizar a integração de colaboradores na organização, com especial enfoque para aqueles que têm maior dificuldade nessa integração no mundo do trabalho, reduzindo barreiras físicas e emocionais de integração. Promoção de práticas de igualdade de oportunidades e evidenciá-las de forma clara. Quando se utiliza mão-de-obra localizada noutros países, nomeadamente, de países em desenvolvimento, terão de existir políticas que definam a preocupação pelas condições de vida e integração social destes trabalhadores, no local envolvente.
A opção pela prática das organizações de formas complementares de promoção da saúde e da segurança também se têm intensificado, demonstrando o incutir de uma cultura pela prevenção, privilegiando assim níveis mais elevados de saúde e segurança de trabalhadores e parceiros.
Nas opções de reestruturação das empresas face à necessidade de redução de mão-de-obra ou até do próprio encerramento, é fundamental que a reestruturação de uma empresa seja feita de forma socialmente responsável, é necessário equilibrar os objetivos de todas as partes interessadas, que são afetadas pelas alterações. Para além de salvaguardar os direitos dos trabalhadores é de igual forma necessário criar condições para que recebam formação profissional suplementar, com vista a estes fazerem face a novas realidades organizacionais, onde irão certamente encontrar desafios diferentes.

É aqui muito importante referir as políticas de equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, que deixa apenas de ser a tradicional preocupação do equilíbrio dos horários de trabalho, para passar a ser a fonte de satisfação no trabalho, como a máxima preocupação das empresas. São cada vez mais as organizações a desenvolverem planos de satisfação assentes neste paradigma, cada vez mais, uma atualidade, das novas gerações a integrar o mundo do trabalho.

Por fim, e dado que o desafio é a reflexão do formato de alinhamento da gestão de pessoas com os princípios de responsabilidade social, importa aqui dizer que de acordo com essa premissa, é primordial que a Gestão de Recursos Humanos domine o conhecimento da área da Responsabilidade Social, contribuindo assim para que esse saber, seja aproveitado na elaboração de todas as políticas e orientações da estratégia de recursos humanos das organizações. Grandes estratégias de responsabilidade social na gestão de RH, são também propriedade de muitas pequenas e médias organizações, e tem-se visto por aí muito boas práticas, é por isso uma responsabilidade ao alcance de todos. A notar também que cada vez mais a marca dos empregadores (Employer Branding), está associada a boas práticas de Responsabilidade Social na sua dimensão interna, naquilo que demonstram fazer pelos seus futuros colaboradores.