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A apresentação dos prestadores de serviços

Artigo de Opinião publicado no semanário Vida Económica

No final do passado mês passado foi noticiado um conflito num hospital, devido à obrigatoriedade de determinado "dress-code" a ser usado pelos seus colaboradores.

No setor da prestação de serviços, como são os casos da saúde, da hotelaria e da restauração, a forma como os colaboradores se apresentam vestidos aos utentes/clientes deve ter em vista vários objetivos, para além dos óbvios:

- Identificar e distinguir quem são clientes e quem são colaboradores; isto faz-se normalmente através do uniforme e por vezes com um "crachat" que identifique estes últimos como sendo parte do estabelecimento. Por comparação meramente académica, se os polícias não estivessem devidamente uniformizados dificilmente os reconheceríamos na rua (excetuam-se as vezes que pela natureza do seu secretismo, usam roupas descaracterizadas, vulgo "à paisana", precisamente para evitar esse reconhecimento imediato).

- Identificação das funções que cada colaborador tem no estabelecimento por intermédio da farda que usa. Mais uma vez, por absurdo, dificilmente um médico será identificado nas suas funções profissionais se nos aparecer de "fato de macaco".

- Transmitir a quem é prestado o serviço a percepção de segurança quanto à forma como irá ser tratado; a aparência e apresentação físicas do colaborador devem transmitir uma imagem de profissional, respeitador e cumpridor das normas básicas de higiene e de ética profissional exigidas. Um médico ou um cozinheiro se aparecerem junto do cliente com a bata/jaleca toda ensanguentada dificilmente não lhe criará uma sensação de insegurança e falta de confiança nas capacidades profissionais, por muito que os profissional as tenha.

No caso específico dos restaurantes, porque a higiene e a segurança alimentar têm de ser garantidas, à partida a quem é prestado o serviço, o grau de exigência não passa só pelo "dress-code" mas também por comportamentos e atitudes pessoais que podem pôr em causa essas garantias.

Por essa razão, torna-se muito estranho ver Chefes de Cozinha (e mais estranho se torna ninguém os questionar) de cabelos e barbas compridas, sem qualquer proteção, como se, estivessem imunes às quedas capilares. A verdade seja dita, as cadeias de "fast-food", neste aspeto são exemplares e casos a seguir, porque "não brincam em serviço".

O mesmo se pode dizer relativamente aos adornos (brincos,"piercings", anéis, etc) que recentemente passaram ser parte integrante na imagem de alguns "chefs". É importante que os profissionais de cozinha percebam que a utilização destes objetos enquanto cozinham está a pôr em causa a saúde dos seus clientes, porque são agentes de contaminação.

É importante que a apresentação destes profissionais, que pela natureza do seu contacto com o público, porque estamos a falar de locais públicos, não deve render-se a fenómenos de moda mais ou menos passageiros, ou à tentativa de transmissão de imagens pessoais mais ou menos criativas, mas sim garantir que o serviço que prestam é seguro.