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"O Futuro do Norte. Que desafios?" por Professora Doutora Liliana Pereira

Artigo de Opinião publicado no semanário Vida Económica

O Norte de Portugal é composto por 86 municípios e possui cerca de 3,6 milhões de habitantes, isto é, concentra quase 35% da população residente em Portugal, assegura perto de 39% das exportações nacionais e representa cerca de 29% do PIB da economia nacional.
O Norte de Portugal é uma região com enorme potencial, uma região competitiva, terra de gente com garra e ambição, possui boas infraestruturas, uma rede qualificada de equipamentos de ciência e tecnologia e uma localização geográfica única. Além disso, nesta região existem algumas das melhores universidades, onde é desenvolvida investigação científica de topo e onde são dados grandes contributos ao desenvolvimento nacional e internacional.
Mas para onde caminha o Norte? Quais os desafios que se colocam a esta região?
Desde logo há um novo paradigma para a competitividade, que passa por explorar novos serviços ou negócios, produtos e esquecer o princípio da competitividade assente na oferta e na mão de obra a custos reduzidos. Cada vez mais as regiões têm que se afirmar pela qualidade dos seus recursos, no conhecimento e competência da sua mão de obra. Esta competitividade não pode surgir dissociada das novas áreas a explorar, nomeadamente o Turismo (área que se tem vindo desde já a afirmar), a inovação, desenvolvimento tecnológico, reinvenção de indústrias tradicionais.
Outro desafio que se coloca assenta no incentivo e cooperação com as indústrias emergentes. Existe um número muito elevado de empresas de base tecnológica o que pode influenciar decisivamente a tomada de decisão de localização de investimentos por investidores internacionais.
Também a alteração de cultura, isto é, a mudança a nível cultural que vá desde a base do nosso sistema de ensino, nomeadamente a nível da cultura para o empreendedorismo, para a gestão, para a globalização efetiva de serviços, entre outros. É necessário formar os nossos recursos humanos para uma afirmação na perspetiva empresarial, promovendo os fatores de competitividade no Norte.
O tecido empresarial existente necessita, também, de um "refresh", para uma adaptação evolutiva do sistema produtivo existente nesta região, juntamente com um investimento na reputação, dado que vivemos na era do marketing, onde a reputação e a estratégia são essenciais para a afirmação de uma região.
As iniciativas de apoio como a que está a ser desenvolvida pela Associação Empresarial de Portugal onde está a ser estabelecida uma rede colaborativa, com mais quatro dezenas de associações representativas do tecido empresarial nortenho, para incrementar a competitividade e a coesão territorial da região Norte.
Por último, mas não menos importante, a necessidade de fixar os jovens. Todos os desafios mencionados anteriormente criarão emprego. Só há emprego, se houver mercado de trabalho.
Só há riqueza se reforçarmos os laços identificativos para com a nossa região. Populações felizes e realizadas produzem mais!